Dependência*
Putz, isso fez eu pensar em como responder. Essa não é uma entrevista sobre EM, mas sua definição básica acho necessária:
A esclerose múltipla é uma das doenças que as pessoas mais associam à velhice. Mas é na juventude, a partir dos 20 anos, que ela começa a se manifestar. A doença evolui em crises – e seu desenvolvimento é imprevisível. Essas crises podem levar a dificuldades para ver, ouvir e andar, e também a falhas de memória. A partir da década de 80, com a precisão das imagens obtidas por exame de ressonância magnética, a esclerose múltipla passou a ser diagnosticada mais precocemente. Os remédios progrediram bastante nos últimos anos. Os medicamentos mais modernos aumentam o intervalo e diminuem a intensidade das crises. Doença sem cura nem causas conhecidas, a esclerose múltipla surge de uma falha nas defesas do organismo. Em algum momento, o sistema imunológico começa a perceber o próprio corpo como inimigo. Na esclerose múltipla, o “alvo” é a mielina, substância importante na comunicação entre os neurônios.
http://esclerosemultipla.wordpress.com/tag/sobre/
Então, foi por progressão dela que fiquei cadeirante.
Durante um tempo me impus uma postura de negação ao avanço da EM em mim como uma fuga/estratégia de convivência com ela: as seqüelas, aparentes ou invisíveis, não me incomodavam!!!
Quando fui para a cadeira, ainda conseguia “me arrastar” com apoio. Mas a cadeira era tão mais fácil... sem fadiga, mal estar. Resumo: fui me acomodando. E travando sem perceber. Quando vi, estava completamente travada, sem conseguir fazer movimentos com as pernas sozinha. Como tudo que não é usado, Tudo que nperceber. Quando vi, estava completamente travada, sem conseguir fazer movimentos sozinha. Como tudo que não é usado atrofia.............
A cadeira foi chata porque me limitou deslocamentos e, por isso, vida profissional. Sempre fui muito ativa e achei horrível “não poder” dirigir, ir a lugares, conviver com muitas pessoas. Mas, na verdade, ela mais me ajuda que me limita.
Depois veio o resto: as fraldas, o banho, trocar de roupa, virar na cama... Mas contar com ajuda, mesmo paga por salários, não pode ser transformado num “problema” de vida porque é uma SOLUÇÃO. Uso fraldas por não ter condições físicas de chegar a tempo no banheiro, porque quando vem a vontade não consigo comandar a musculatura para segurar. Conto com ajuda das babás porque não consigo mais fazer as coisas sozinha. Elas são minhas companheiras, fazem parte da minha família.
Tem muita coisa sobre isso que vai aparecer durante outros assuntos.
Ah, esqueci de contar: minha cadeira é elétrica, com baterias, e ando pela cidade com ela. Só não consegue vencer subidas íngremes - e aqui tem um monte - e ando no asfalto na contra-mão, para poder ver os carros e ser vista por eles.
A esclerose múltipla é uma das doenças que as pessoas mais associam à velhice. Mas é na juventude, a partir dos 20 anos, que ela começa a se manifestar. A doença evolui em crises – e seu desenvolvimento é imprevisível. Essas crises podem levar a dificuldades para ver, ouvir e andar, e também a falhas de memória. A partir da década de 80, com a precisão das imagens obtidas por exame de ressonância magnética, a esclerose múltipla passou a ser diagnosticada mais precocemente. Os remédios progrediram bastante nos últimos anos. Os medicamentos mais modernos aumentam o intervalo e diminuem a intensidade das crises. Doença sem cura nem causas conhecidas, a esclerose múltipla surge de uma falha nas defesas do organismo. Em algum momento, o sistema imunológico começa a perceber o próprio corpo como inimigo. Na esclerose múltipla, o “alvo” é a mielina, substância importante na comunicação entre os neurônios.
http://esclerosemultipla.wordpress.com/tag/sobre/
Então, foi por progressão dela que fiquei cadeirante.
Durante um tempo me impus uma postura de negação ao avanço da EM em mim como uma fuga/estratégia de convivência com ela: as seqüelas, aparentes ou invisíveis, não me incomodavam!!!
Quando fui para a cadeira, ainda conseguia “me arrastar” com apoio. Mas a cadeira era tão mais fácil... sem fadiga, mal estar. Resumo: fui me acomodando. E travando sem perceber. Quando vi, estava completamente travada, sem conseguir fazer movimentos com as pernas sozinha. Como tudo que não é usado, Tudo que nperceber. Quando vi, estava completamente travada, sem conseguir fazer movimentos sozinha. Como tudo que não é usado atrofia.............
A cadeira foi chata porque me limitou deslocamentos e, por isso, vida profissional. Sempre fui muito ativa e achei horrível “não poder” dirigir, ir a lugares, conviver com muitas pessoas. Mas, na verdade, ela mais me ajuda que me limita.
Depois veio o resto: as fraldas, o banho, trocar de roupa, virar na cama... Mas contar com ajuda, mesmo paga por salários, não pode ser transformado num “problema” de vida porque é uma SOLUÇÃO. Uso fraldas por não ter condições físicas de chegar a tempo no banheiro, porque quando vem a vontade não consigo comandar a musculatura para segurar. Conto com ajuda das babás porque não consigo mais fazer as coisas sozinha. Elas são minhas companheiras, fazem parte da minha família.
Tem muita coisa sobre isso que vai aparecer durante outros assuntos.
Ah, esqueci de contar: minha cadeira é elétrica, com baterias, e ando pela cidade com ela. Só não consegue vencer subidas íngremes - e aqui tem um monte - e ando no asfalto na contra-mão, para poder ver os carros e ser vista por eles.
Labels: Entrevista PP
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