Acessibilidade: um outro olhar
A questão da acessibilidade, predial ou urbana, tem assumido importância cada vez maior nas discussões da vida nas cidades dos dias atuais. Considero que isso ocorre a partir da globalização e da incorporação do conceito de “inclusão” que a mesma introduziu a realidade atual, desde a inclusão digital até a educacional, passando pela SOCIAL, seu mais importante aspecto no meu ponto de vista. Porem, não adianta somente introduzir um conceito sem que a sociedade não mude de postura.
Confesso que, como cidadã e arquiteta, só comecei a olhar a questão de maneira mais atenta a partir de minha própria necessidade. Para muitos, acessibilidade se resume a construir rampas para que usuários de cadeiras de rodas possam atravessar uma rua, entrar num prédio público ou chegar a uma praça. Só que depois de entrar no prédio, os espaços de circulação normalmente não comportam uma cadeira de rodas, as mesas e os balcões não permitem aproximação do cadeirante, as portas são estreitas, há pequenos e imperceptíveis degraus internos e os banheiros são completamente inadequados.
Além do que esse conceito de “acessibilidade” atinge a uma parcela bem maior da população que simplesmente aos cadeirantes: idosos, gestantes, acidentados, pessoas que empurram carrinhos de bebê ou de compras, entre outros. Muitos locais, principalmente os comerciais, adequam o acesso no momento da necessidade, como um “quebra-galho” cotidiano, como se o PPD – pessoa portadora de deficiência – fosse um intruso na cidade, um estranho ao local.
Eu, como PPD, não quero ficar esperando o funcionário encontrar e trazer a rampa para eu poder acessar o local; quero ter liberdade de ir e vir aonde quiser ou necessitar. Muitas vezes essas alternativas são inadequadas e aumentam a dificuldade do cadeirante: rampas estreitas e muito íngremes para vencer o degrau... Afinal, somos consumidores, necessitamos trabalho, pagamos impostos e lutamos por exercer nossa cidadania.
Arq. Celina Miranda
Cadeirante a 5 anos
* Texto para Revista Destaque Gaúcho - ed. dez/2007
Confesso que, como cidadã e arquiteta, só comecei a olhar a questão de maneira mais atenta a partir de minha própria necessidade. Para muitos, acessibilidade se resume a construir rampas para que usuários de cadeiras de rodas possam atravessar uma rua, entrar num prédio público ou chegar a uma praça. Só que depois de entrar no prédio, os espaços de circulação normalmente não comportam uma cadeira de rodas, as mesas e os balcões não permitem aproximação do cadeirante, as portas são estreitas, há pequenos e imperceptíveis degraus internos e os banheiros são completamente inadequados.
Além do que esse conceito de “acessibilidade” atinge a uma parcela bem maior da população que simplesmente aos cadeirantes: idosos, gestantes, acidentados, pessoas que empurram carrinhos de bebê ou de compras, entre outros. Muitos locais, principalmente os comerciais, adequam o acesso no momento da necessidade, como um “quebra-galho” cotidiano, como se o PPD – pessoa portadora de deficiência – fosse um intruso na cidade, um estranho ao local.
Eu, como PPD, não quero ficar esperando o funcionário encontrar e trazer a rampa para eu poder acessar o local; quero ter liberdade de ir e vir aonde quiser ou necessitar. Muitas vezes essas alternativas são inadequadas e aumentam a dificuldade do cadeirante: rampas estreitas e muito íngremes para vencer o degrau... Afinal, somos consumidores, necessitamos trabalho, pagamos impostos e lutamos por exercer nossa cidadania.
Arq. Celina Miranda
Cadeirante a 5 anos
* Texto para Revista Destaque Gaúcho - ed. dez/2007
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